O modelo de mediação transformativa

04-06-2021

Ao falar em mediação referimo-nos, inevitavelmente, a um processo. Trata-se, portanto, de um procedimento através do qual aquilo o que é pretendido é que uma "terceira parte", que neste caso pode ser um educador social, intervenha e trabalhe com os indivíduos no sentido de ajudá-los a transformar a interação negativa, desfavorável e prejudicial existente entre estes, em algo positivo, favorável e proveitoso. Ao longo destas transformações, pretende-se que as duas partes explorem e discutam as várias perspetivas e alternativas existentes, com vista a resolverem as discordâncias.

Desta forma, este processo é centrado no grupo e é precisamente em pequeno grupo que se proporcionam as melhores oportunidades para que se possa aprender a relacionar-se entre si, deixando de lado os estereótipos. E é precisamente nisso que consiste o trabalho do educador social, em facilitar um clima adequado para que a potencialidade dos membros surja e lhes permita encontrar as suas próprias soluções.

Enquanto mediador, o educador social maneja o grupo adotando uma relação crítica e de apoio. Assim sendo o papel deste profissional é crucial, pois não critica nem ataca as diferentes atitudes antissociais ou acessos de raiva que possam surgir, pois isso faz parte do processo de mudança que se pretende alcançar. Contudo, ele foca o seu objetivo sobre estes aspetos, solicitando ajuda para melhorar a compreensão dos factos e conseguir a participação de todos na melhor condução dos assuntos.

É fundamental que o educador social procure que cada cidadão conquiste um lugar adequado na sociedade, que ajude cada um (cada pessoa é uma pessoa diferente, seja no sentido da diversidade cultural, da raça, etnia, ou outros traços característicos como por exemplo as emoções, e o que é certo é que o mediador tem de ter tudo isto em conta, trabalhar com estas características e não as eliminar) a desenvolver a personalidade de modo a ser capaz de lidar adequadamente com os outros.

Enquanto mediador, este profissional acaba por estar numa ponte entre algo que não estará bem, e nesse sentido vai ter de mediar entre o sujeito e a sociedade. E obviamente que no meio existe o problema que deve ser resolvido. Deve favorecer a resolução pacifica dos problemas e conflitos. Estabelecer pontes entre as partes e criar relações humanas solidárias. Nesse sentido penso o educador social deve ser:

  • Neutro: não tomar partidos, nem para o lado A nem para o lado B, ou seja, vai ter que tentar arranjar ali uma situação entre o A e o B, que estão em desacordo, e acabar por satisfazer ambos;
  • Imparcial: sobretudo deve ser justo;
  • Empático: deve ser capaz de colocar no lugar do outro.

Existem vários modelos e teorias de mediação, estes são: centrados nos participantes, centrados na solução, transformativo e narrativo.

Joseph fala na revalorização, enquanto forma de apoiar as partes para alçarem as vozes, isto é, para falarem sobre aquilo que é importante para eles, sobre o que realmente os preocupa e sobre aquilo que querem que a outra pessoa perceba, levando também ao reconhecimento


Sandra Fidalgo  

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