“Os Cinco Lugares de Impacto da Exclusão/Inclusão Social”.

09-04-2021

  Os dois principais pontos do artigo analisado são a exclusão e a inclusão social, trata-se, portanto, de conceitos muito presentes na nossa sociedade e, sobretudo, muito flexíveis, pois são realidades que sempre existiram e com as quais aprendemos a viver.

   A exclusão social está diretamente relacionada com a inclusão, não existindo sem esta mesma relação, pois trata-se de um processo que envolve o indivíduo e as suas relações com os outros. O conceito de exclusão social está também relacionado com a integração social, pois esta pressupõe uma participação ativa e o exercício do direito de cidadania.

   Alguns fatores de exclusão, como a fome, a pobreza e o desemprego, e de inclusão, como o emprego e a justiça social, já são antigos, mas continuam em evidência na nossa sociedade. Os fatores de exclusão social são estabelecidos pela negação de alguns indivíduos ou grupos, de terem a acesso a oportunidades e, pelo contrário, os fatores de inclusão social regem-se pela equidade social.

   Desta forma surge a inserção social que é o movimento de levar as pessoas, famílias e grupos em situações de pobreza e exclusão social a iniciar os processos que permitem o acesso aos direitos de cidadania e participação social.

   Como já referi, existe uma série de dinâmicas sociais, económicas e políticas inter-relacionadas com os conceitos que guiam todo este estudo, a exclusão e a inclusão, tais como:

  • Sociedade de risco: A sociedade de risco resulta dos processos de modernização, ou seja, desta sociedade moderna que põe em causa as bases da sociedade industrial. A sociedade de risco abrange todas as mudanças na vida social contemporânea, nomeadamente as transformações dos padrões de emprego, a maior insegurança laboral, a menor influência da tradição e dos hábitos presentes na identidade pessoal e na mudança dos padrões familiares tradicionais.
  • A globalização: Este fenómeno é movido pelo capitalismo e pelos mecanismos postos ao seu serviço (a tecnologia, a economia eletrónica‖, a deslocalização, etc...). Esta globalização acaba por gerar uma "globalização das exclusões", pois priva determinados grupos sociais de acederem e de consumirem diversos bens e serviços, entre outros.
  • O Desemprego: Outro fenómeno que leva à exclusão social é o desemprego, que implica a perda de um rendimento mínimo que garante as mais básicas e fundamentais condições de vida.
  • Pobreza: O artigo analisado refere que a exclusão social é um problema social, em que as categorias de excluídos e grupos vulneráveis, são formas diferentes de dizer pobreza. Esta afirmação é algo com a qual não concordo, a meu ver, grupos vulneráveis envolvem pessoas que são postas à margem da sociedade, sendo, portanto, excluídas. Contudo, neste leque também estão presentes pessoas com deficiência, pessoas de uma raça diferente daquela que é considerada "normal" naquele determinado contexto, entre outras. O que é certo é que a pobreza contribui de facto para a exclusão pois este é um problema social, que se baseia no rendimento disponível por indivíduo ou agregado familiar, no acesso ou na privação material, quando comparado com alguma variável de referência que define aqueles que são pobres e aqueles que não o são.
  • Desigualdades sociais: A verdade é que, ainda nos dias de hoje, o acesso às fontes de oportunidades é desigual, independentemente da vontade dos grupos que são atingidos por essas mesmas desigualdades. Neste parâmetro aquilo que já mais me revolta enquanto cidadã, já não são as chamadas "cunhas" para alcançar determinado emprego ou benefício, mas sim a naturalidade com que este facto é encarado pela sociedade em geral, pois, como é algo natural nem sequer existem perspetivas de mudança.

   Os direitos são algo fundamental nas sociedades, pois para além de manterem a ordem também promovem o bem-estar e a qualidade de vida da mesma, e o mais importante de tudo é que servem para conservarem a igualdade real entre os portugueses.

   Igualdade e proteção são dois princípios e direitos básicos que, na minha opinião, são essenciais para o combate à exclusão social, pois: promove a "igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais", "protege os cidadãos na doença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho".

    O que é certo é que ainda nos dias de hoje continua a existir exclusão social, discriminações e desigualdades, o que se traduz em pobreza e em marginalização social. Até porque a exclusão social não é algo que seja unicamente dependente do Estado, por muito esforços que este faça, o que é certo é que nunca chegará a mudar nada enquanto que o individuo, em particular, e a sociedade, em geral, não se mentalizem que essa mudança é deveras crucial e necessária para todos nós.

    Perante a exclusão social que tão bem caracteriza a sociedade em que vivemos, pois apesar dos esforços para erradicá-la, o que é certo é que nunca deixou de existir e, posto isto, ainda há um longo caminho a percorrer, no sentido de combater as situações de pobreza, desigualdade e exclusão social, promovendo, ao mesmo tempo, a inclusão social.

    Esta temática requer uma intervenção social e pedagógica, assim surge a necessidade da interferência dos educadores sociais, pois estes apoiam-se em saberes profissionais, para posteriormente ajudar as pessoas com vista na mudança social, quer seja das suas mentalidades ou das suas condições de vida. Os educadores sociais agem, portanto, na inclusão social e nas inadaptações sociais, através de estratégias de intervenção educativa, sondo esta intervenção cada vez mais necessária.

    Assim sendo, e perante a exclusão social, o educador social deve promover a igualdade, o respeito entre e por todos e prevenir situações que possam trazer alguma forma de incentivo à exclusão e à marginalização.

     Quanto à interculturalidade, um fator também muito presente nas sociedades, esta representa novos desafios para a intervenção na educação social, pois esta requer não só uma nova atitude, mas também novas estratégias de intervenção. No contexto de uma escola intercultural, o educador social deve pautar a sua intervenção pelo princípio da não diferenciação, ou seja, ensinar a todos como se fossem um só, independentemente da diversidade cultural existente nas escolas, aceitando a diferença e a diversidade.

  Na minha opinião, o principal objetivo que o educador social deve ter perante a interculturalidade é a de consciencializar a sociedade de que não existe uma hierarquia relativamente às diferentes culturas, demonstrando que nenhuma é melhor ou está acima de outra. E, para além deste, o objetivo de promover a comunicação entre culturas, ultrapassando as diferenças culturais que são um entrave na sociedade.

  Penso que o educador social, em vez de limitar-se a tolerar essa mesma diferença e diversidade cultural, deveria tirar o máximo partido desta, tornando a sociedade mais justa e mais solidária. Procurando, a partir da interculturalidade, encontrar espaços de socialização, que promovam o diálogo e os encontros, independentemente da diversidade de culturas. 


Sandra Fidalgo

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